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OFICINAS PSICOPEDAGÓGICAS COMO INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGE







As oficinas psicopedagógicas são apontadas como um mecanismo eficaz no auxílio do processo de ensino e aprendizagem, facilitando esse processo e dando sentido aos conhecimentos científicos trabalhados no dia-a-dia da sala de aula. As intervenções psicopedagógicas ocorridas em oficinas viabilizam também o estabelecimento de relações entre os conteúdos e as disciplinas escolares, a apropriação dos conhecimentos e a produção de conhecimentos novos.
Segundo Grassi (2008, p. 21), o produto final de uma oficina é o conhecimento, produzido nas relações que ali se estabeleceram e o psicopedagogo pode utilizar a oficina psicopedagógica como recurso de avaliação psicopedagógica e/ou como recurso de intervenção psicopedagógica. A autora postula ainda que a intervenção psicopedagógica representa um recurso importante, pois permite a aprendizagem e o desenvolvimento do sujeito, prevenindo intensificações ou equacionando dificuldades. Além disso, possibilita o desenvolvimento de funções mentais superiores necessárias à aprendizagem e à retomada de conteúdos escolares de forma lúdica e significativa.
Como intervenção psicopedagógica, Silva (2012) postula que as experiências escolares podem promover competências associadas à aprendizagem, à motivação para a realização, ao funcionamento emocional e relacionamentos sociais e também podem potencializar as dificuldades escolares, favorecendo a instalação de um padrão desordenado de adaptação (MEDEIROS et al., 2003).
Em complemento a este pensamento, Fonseca (1995) afirma que devemos adotar uma postura interacional e dialética ao lidarmos com as dificuldades de aprendizagem. Isto é, devemos procurar integrar os déficits no indivíduo, na escola, na família, pois “as condições internas (neurobiológicas) e as condições externas (socioculturais) desempenham funções dialéticas (psicoemocionais) que estão em jogo na aprendizagem humana.” (FONSECA, 1995, p.12).
Segundo Grassi (2008, p. 18), a intervenção psicopedagógica pode ser feita por meio de oficinas, definidas por ela como um local e um espaço de trabalho, onde aprendente e ensinante (aprendiz e oficial) estabelecem um vínculo afetivo especial e uma relação dinâmica em que o conhecimento poderá ser construído, compartilhado, vivenciado, significado, mediado; a aprendizagem poderá ocorrer de modo significativo; os afetos poderão ser expressos, os sujeitos poderão ser e estar integralmente.
Diante disso a intervenção psicopedagógica precisa contemplar um trabalho diferenciado, pois o aluno com dificuldades de aprendizagem tem seu ritmo diferente dos demais da turma, podendo estar em defasagem com relação ao grupo. Silva (2012), por sua vez, considera ser preciso investigar qual a razão da dificuldade de aprendizagem em cada caso, visto que certos tipos de dificuldades de aprendizagem podem interferir com a capacidade de uma pessoa para se concentrar ou focar e pode causar a mente de alguém para passear muito.
Piaget (1976) menciona os jogos como uma possibilidade eficaz na intervenção psicopedagógica. Para Piaget (1976), o jogo é analisado como gênese da imitação, construções espontâneas que imitam o real; o jogo deve gerar “conflitos cognitivos”; a sustentação da aprendizagem se dá pelo desenvolvimento cognitivo. Na opinião de Piaget, o jogo na escola tem importância quando revestido de seu significado funcional, ou seja, é preciso, uma coerência entre assimilação e acomodação.
O jogo também é apontado como alternativa em contextos escolares como situações psicopedagógicas por Vygotsky (1989). O estudioso afirma que os jogos beneficiam a aprendizagem escolar, sendo que os jogos estimulam a ação do aluno, a curiosidade, a iniciativa e autoconfiança, proporcionando também o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. O jogo, portanto, é visto como um conhecimento feito ou se fazendo, que se encontra impregnado do conteúdo cultural que vem da própria atividade.
Assim, Moyles (2002) conclui que o trabalho com jogos serve de apoio em várias áreas de conhecimento: aprendizagem escolar, familiar, no aspecto afetivo, cognitivo e biológico. Em outras palavras, o jogo é um processo que ocorre no espaço transacional, de confiança, de criatividade, permitindo a expressão de sentimentos, possibilita a experiência, o controle da ansiedade, além de estabelecer contatos sociais como integração da personalidade e prazer.

Na prática, Grassi (2008) e Macedo, Petty e Passos (2008) trazem propostas de intervenção psicopedagógica como alternativa para sanar as dificuldades de aprendizagem e contribuir com o êxito do aluno no processo ensino-aprendizagem
Para Piaget ( 1973), os jogos e as atividades lúdicas tornara-se significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é abstrato.


                                                                         






                  APARECIDA S DELGADO

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